História

Sacro Império Romano-Germânico: uma breve introdução

Talvez o nome “Sacro Império Romano-Germânico” seja bastante didático: trata-se de um vasto território na parte central da Europa (hoje equivaleria a partes da Alemanha, Áustria, Suíça, Benelux, norte da Itália, Polônia, Hungria, França e Tchéquia, ou seja, um “Império”).

O imperador, vindo de terras onde viviam os povos germânicos (Germânico), tinha como um de seus deveres assegurar a predominância do Cristianismo como religião (daí o termo Sacro). Sua legitimidade advinha de sua coroação, cujo ator principal, além do próprio imperador, era o Papa. Além disso, esse glorioso império seria o representante legítimo da continuação do que havia sido o antigo Império Romano (daí o termo Romano).

Nascimento e derrocada

Importa-nos, também, saber a data de nascimento do Sacro Império Romano-Germânico e de sua derrocada, já que não existe qualquer resquício desse nome em qualquer mapa europeu da atualidade. Pois bem, o Sacro Império Romano (chamado até o século 13 de Império Romano do Ocidente) nasce com a coroação de Otto I (912-976) e será diluído no dia 6 de agosto de 1806, em Viena (Áustria) por Francisco II, oriundo de uma das famílias reais mais poderosas da História, os Habsburgo.

Coroa do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico
Está na Schatzkammer (Sala do Tesouro Imperial) do Hofburg de Viena a coroa que esteve na cabeça de Otto I, no ano de 912 (Fonte: Wikipedia)

Sempre houve na História quem debochasse dessa grande instituição político-religiosa, sobretudo porque ela não apresentava unidade, como já o apresentariam nos séculos XI e XII países como Portugal, França, Espanha ou Inglaterra. Apesar de ser majoritariamente ocupado por povos de origem germânica, não se falava do povo “alemão” nesse Sacro Império Romano-Germânico.

Sacro Império Romano-Germânico
Mapa do Sacro Império no século 15.

Não havia sequer uma capital, já que o império era formado de centenas de estruturas políticas, como condados, bispados, reinos, ducados, marcas, etc. Por isso, outro dever do imperador era estar sempre de viagem para construir e garantir sua legitimidade perante o povo, mas também diante dos senhores destas diferentes estruturas políticas acima mencionadas. São várias as cidades consideradas imperiais na Era Medieval,  já que o imperador governava a partir delas enquanto descansava de suas constantes viagens.

Um exemplo para a União Europeia

Há muitos aspectos interessantíssimos sobre esse debochado império que não podemos ignorar: sua estrutura federalista e seus mecanismos de equilíbrio político, além da diversidade confessional (isso se tornará liberdade de culto religioso, já que com a Reforma de 1517, viverão em mesmo território católicos e protestantes) e cultural (não, não se falava o alemão moderno no Sacro Império, falavam-se dialetos regionais).

Não há como negar que tudo isso parece ser descrição do que vem a União Europeia, estrutura política que existe há menos de 100 anos…

Chamei esse post de uma “breve introdução”. Dada a complexidade do tema, não quero cansar você, leitor. Por isso, aguarde pela continuidade da saga introdutória num próximo post! Até lá!

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