Daniel Libeskind é natural de Łódź, atual Polônia. Nasceu em 1946, um ano após o fim da grande hecatombe para o povo judeu, o Holocausto. Perdeu algumas dezenas de parentes em campos de extermínio. Refugiou-se nos EUA, por onde se naturalizou em 1965. Formou-se em Arquitetura em 1970 e ganhou visibilidade no final dos 80, quando expôs numa exibição sobre uma certa Arquitetura Desconstrutivista no MoMA, de Nova Iorque. Tornou-se um grande expoente do referido movimento junto a outros nomes de peso, como Zaha Hadid e Peter Eisenman. A estética de Libeskind também está presente em suas conhecidas esculturas de larga escala e também em móveis.
Obras arquitetônicas de Daniel Libeskind se espalham pela Alemanha
Consolidou-se como Star Architect justamente em Berlim com a vitória na competição para construir o Museu Judaico da cidade, inaugurado em 2001. Para isso, chegou a morar na capital alemã, mas nutre, até hoje, uma relação ambígua de amor e ódio com a Alemanha. Apesar disso, não deixou de construir em várias cidades destas bandas. Dentre as premiadas por suas maravilhas, estão, além de Berlim, Osnabrück, Dresden, Düsseldorf e uma delas ainda aguarda pelo fim das obras, Frankfurt.
Nosso intuito com esse artigo é justamente fazer uma levantamento geográfico das obras arquitetônicas de Daniel Libeskind pela Alemanha.
1) Museu Judaico de Berlim (2001)
O Museu Judaico de Berlim é o edifício que deslanchou a carreira de Libeskind. Além de estarem presentes formas distorcidas e fragmentadas, típicas do estilo desconstrutivista, o arquiteto americano projeta nesse belo prédio a sua própria biografia. Afinal, ele, além de ser judeu, perdeu quase 80 familiares no Holocausto. A grandiosidade do Museu Judaico é ele ter forma de uma estrela de Davi quebrada.
2) Felix Nussbaum Haus, em Osnabrück (1998)
Felix Nussbaum, artista plástico judeu nascido em 1904, foi morto em Auschwitz. É a ele que esse edifício é dedicado, sendo extensão do Museu de História Cultural de Osnabrück. Este museu tem como forte a exibição de obras contra o racismo ou a intolerância a minorias.
3) Pátio de Vidro do Museu Judaico, em Berlim (2007)
A extensão de 650m² para o Museu Judaico fica no pátio do edifício barroco, datado de 1735, chamado Kollegienhaus. É um espaço de restaurante, convivência pós-visita ao museu, assim como para concertos. A grande sacada de Libeskind foi “germinar” seu prédio com o Kollegienhaus, sugerindo a passagem do passado glorioso da Prússia do século 18 com o presente manchado com o passado mais recente do Holocausto. Essa passagem se dá pelo subterrâneo: Libeskind entende o Nazismo como um vazio e não há como conectar a Alemanha pré-Hitler com a pós-Hitler se não pelo “subterrâneo”.
4) Museu da História Militar, em Dresden (2011)
Imaginem um arquiteto judeu intervindo numa construção alemã ligada às suas Forças Armadas… Daniel Libeskind manteve a fachada neoclássica original, mas desconstruiu com sua extensão a simetria que existia no edifício.
5) Villa Libeskind, em Datteln (2009)
Com seus 500m² de tamanho, Libeskind sugere com essa mansão uma forma de construir pautada em fontes renováveis, tendo como objetivo diminuir o gasto de energia de origem externa. A mansão tem dois andares, quatro quartos e pode ser construída em qualquer lugar do mundo em poucas semanas. Zinco e alumínio se destacam na fachada.
6) Academia do Museu Judaico de Berlim (2012)
Trata-se da terceira colaboração entre Daniel Libeskind e o Museu Judaico de Berlim, que transferiu para esse prédio seus arquivos.
7) Kö Bogen, em Düsseldorf (2013)
O complexo de lojas, escritórios e restaurantes Kö Bogen encontra-se na principal rua de compras de Düsseldorf. O edifício tem, pelas características de sua fachada, a assinatura de Daniel Libeskind.
8) Projeto “Sapphire”, em Berlim (2016)
Localizado no Bairro Mitte, em Berlim, esse condomínio é o maior reflexo da gentrificação que marca o desenvolvimento atual da capital da Alemanha. Só para se ter uma ideia, o valor do metro quadrado neste belo edifício é de 15.000 euros! Há quem chame o Sapphire de “Escultura Habitável” dada sua inusitada forma.
9) Edifício principal e auditório da Universidade Leuphana, em Lüneburg (2017)
Quem não gostaria de estudar numa universidade com um edifício como esse? Ele integra o Centro de Pesquisa, o Diretório Acadêmico, o Centro de Seminários e o Auditório da Universidade de Lüneburg Leuphana em uma única estrutura arquitetônica!
10) Verve, em Frankfurt (em construção)
O Projeto Verve encontra-se no bairro de Riedberg, em Frankfurt. Trata-se de um conjunto residencial de quatro edifícios que dialogam com o entorno, cada um à sua maneira, devido à diferença de suas fachadas. Porém, Libeskind prezou por criar harmonia entre os quatro edifícios, tendo como princípio as notas musicais de uma composição: são todas diferentes, mas produzem, por fim, uma composição orgânica e harmoniosa.